Ipad e iBooks




A demonstração feita por Steve Jobs mostrou um aparelho que funciona essencialmente como um iPod Touch em ponto grande e que se chama iPad, um dos nomes que já tinha sido antecipado.

"Para criar uma terceira categoria de dispositivos, estes dispositivos terão de ser muito melhores em algumas tarefas-chave", afirmou Jobs. "Que tipo de tarefas? Coisas como navegar na Web, e-mail, fotos, vídeo, música, jogos e livros electrónicos".

"Os netbooks não são melhores a fazer nada. Não são melhores do que um portátil em nada. São apenas portáteis baratos", declarou Steve Jobs, ignorando o facto de estes computadores serem mais leves e mais pequenos do que os restantes portáteis.

Os tablet PC (computadores finos, sem teclado e com o ecrã sensível ao toque) já foram chamados "computadores de sofá". E o presidente da Apple fez parte da demonstração sentado numa poltrona, indicando que o aparelho vai servir para entretenimento e consumo de informação e não para trabalho.

Em relação à navegação na Web, Jobs defendeu que o iPad é "muito melhor do que um portátil, muito melhor do que um smartphone".

O iPad tem um ecrã de 9,7 polegadas, pesa cerca de 680 gramas e ronda os 1,3 centímetros de espessura.

Consoante os modelos, a capacidade de armazenamento está entre os 16 e os 64 Gb. O processador é de 1Ghz.

O iPad tem bluetooth e capacidade de ligação Wi-fi. Alguns modelos estão equipados com ligação 3G e, nestes casos, estarão desbloqueados, o que significa que podem ser usados com cartões de qualquer operadora. Segundo a Apple, a bateria dura dez horas.

Os modelos sem 3G estarão disponíveis em todo o mundo dentro de dois meses. Já para comprar um iPad com este tipo de ligação será preciso esperar três meses.

Os modelos sem 3G vão custar nos EUA 499 dólares (16Gb), 599 dólares (32Gb) e 699 dólares (64 Gb). Os modelos com 3G são mais caros: 629, 729 e 829 dólares. Tipicamente a empresa faz uma transposição directa dos preços para a Europa, sem atender à taxa de câmbio.

Aplicações

As 100 mil aplicações que já estão disponíveis online para o iPhone e o iPod Touch podem ser descarregadas para o iPad, exactamente da mesma forma.

A loja de aplicações da Apple é a maior loja do género e é em boa parte responsável pelo sucesso do iPhone. E a Apple não quis deixar de aproveitar a estrutura já desenvolvida. Contudo, é possível desenvolver aplicações específicas para o iPad, que aproveitam o ecrã maior e a maior capacidade de processamento.

A produtora de videojogos Gameloft ( que tem desenvolvido vários títulos para iPhone/iPod Touch) foi convidada a subir ao palco para uma demonstração, numa indicação de que, tal como já aconteceu com o Touch, o iPad vai também posicionar-se como uma consola portátil de jogos, destinada sobretudo aos jogadores casuais.

Confirmaram-se ainda as fugas de informação relativamente a uma aplicação do "New York Times". O jornal, que anunciou recentemente uma nova estratégia para cobrança de conteúdos digitais, desenvolveu uma aplicação própria para o iPad.

Menos esperada era uma versão do iWork, que é um conjunto de aplicações de produtividade da Apple (como processadores de texto e editores de folhas de cálculo). O iWork para o iPad significa que a empresa não quer deixar de fora a possibilidade de vender o aparelho como um dispositivo de trabalho que, em algumas circunstâncias, pode ser uma alternativa a um computador.

iBooks

Steve Jobs regressou ao palco para anunciar uma aplicação de leitura de livros electrónicos chamada iBooks e uma loja online de livros, chamada iBookstore, que funcionará de forma semelhante ao iTunes, mas que estará disponível apenas nos EUA.

Isto faz com que o iPad seja uma adversário sério para leitores de livros electrónicos como o Kindle (da Amazon) e outros aparelhos do género. Estes dispositivos, embora tenham vantagens para a leitura de textos longos (graças aos ecrãs a preto e branco de tinta electrónica), são leitores dedicados e praticamente não permitem outras funcionalidades que o iPad oferece.

O mercado dos tablets não é novo e já muitas marcas fizeram incursões no sector, embora com uma penetração reduzida no mercado. No início deste mês, também a Microsoft anunciou estar a trabalhar com vários fabricantes de computadores (entre os quais a HP) para o fabrico de tablets, que serão equipados com o Windows 7.

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